Blogs de Portugal

CINQUENTA SOMBRAS DE CINTO



Já ninguém aguenta o filme, a trilogia, o livro "Cinquenta Sombras". 
Eu  confesso que li o primeiro livro. Sim, faço mea culpa e bato no peito. Nunca mais li nenhum depois disso.
Também nunca fui ver a saga ao cinema. Da maneira que me conheço era menina para adormecer. E, a modos que pagar para dormir, prefiro ficar em casa.

Há qualquer coisa nesta trilogia que me intriga. Não consigo perceber qual o fascínio das mulheres nesse filme. 

Andamos todas indignadas com o assédio sexual e essas cenas feministas todas e depois, gostamos de ir ver ao cinema um filme que, basicamente, consiste em tau-tau e muita pás pás.

Mulheres contra o uso sexual da figura feminina, Oprah que se manifestou contra o assédio sexual (#metoo) e depois, vai-se ao cinema ver um filme destes?

Coerência precisa-se, minha caras! 

A sério:  é isto que as mulheres querem?

Um Grey qualquer que gosta de dar umas palmadas no rabinho da Anastacia e que, agora, decide casar com ela. Casar?

Casar? Onde é que casar é erótico?

Se for em casa o marido a dar-vos tau-tau, isso é violência doméstica, mas como é um Grey cheio de "pilim" e tal ah, aí já é 50 sombras. A sério? Tratem-se!

Filmes eróticos a sério, com enredo a sério já não se fazem.
Filmes como Orquídea Selvagem, quando o Mickey Rourke ainda não tinha remendado a cara, onde para além da parte sensual e erótica do filme, existia um jogo psicológico interessante.

Ou então como o 9 Semanas e Meia, também com o Mickey Rourke e com a  Kim Bassinger (que nunca mais ninguém a viu), onde ficou célebre a cena do frigorífico.


+

Mas o verdadeiro filme erótico e com uma trama super interessante foi o Instinto Fatal e o icónico descruzar de pernas da actriz Sharon Stone e o famoso picador de gelo



+

Cinquenta Sombras é um conto infantil comparado com estes filmes da minha adolescência! Não havia cá dildos e algemas.
Fazia-se erotismo com o que havia à mão. Estavas na cozinha, era com comida. Se estavas com sede era com picadores de gelo. Não havia algemas, tinhas um lenço de seda da Hermés...
Havia improviso, havia imaginação.

Ah, e quem comandava as hostes eram as mulheres minhas caras! 

Não era cá um fedelho acabado de sair dos cueiros com ares de sabichão. Na na ni na na! Eram as mulheres que ditavam as regras!

Vejam a Sharon Stone: estava-se a cagar marimbar se se podia ou não fumar no edifício! 

Todas as mulheres destes filmes eram mulheres de sucesso. Ou eram correctoras na bolsa, como a personagem da Carré Otis no filme Orquídea Selvagem, ou era uma marchand de arte, como a personagem da Kim Bassinger em 9 Semanas e Meia, ou uma escritora best seller de thrillers como a personagem de Sharon Stone em Instinto Fatal. Não eram caloiras da faculdade de jornalismo, com um nome de pascácia (Anastácia, não é? Olha, até rimou!)

Estas mulheres dos filmes dos anos 90 não sofriam assédio. Elas eram o assédio em pessoa! 

Mulheres que gostam de pás e amor: voltem a ver estes clássicos do cinema erótico e aprendam como é a verdadeira sedução e sudação.

Deixem de ser cinzentas!

Gabriela







Sem comentários:

Enviar um comentário

A SÍNDROME DE HUMPTY DUMPTY

    Lembro de em criança ter lido o livro “ Alice do outro lado do Espelho ”, de Lewis Carroll. Uma das personagens que me inquietava ...