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PULA, PULA

 ou música para cometer o suicídio colectivo




Relutei em escrever sobre isto.

Mas, o que vou escrever, acreditem que é CARIDADE. É preciso falar sobre isto, de forma a fazer uma catarse colectiva para que possamos evoluir como Nação Valente e Imortal e não permitir que gerações vindouras OUSEM voltar a escrever músicas de merda evacuação de toxinas através do cólon.


Ninguém merece ter que ouvir isto, por isso vou fazer-vos um breve resumo sobre a pseudo-canção de representação de Portugal (não, não é na Eurovisão, mas digamos que seria forte candidata a vencedora, taco-a-taco com Israel) ao Mundial de Futebol, de forma a poupar a vossa audição a semelhante.

Podemos dizer que na nossa "Luce" está uma autentica matrioska, no sentido figurado. Ela tem várias camadas. Quase como uma cebola. A cada Lucy que vai saindo e se descascando (até mesmo no sentido literal), vai diminuindo o seu bom gosto musical.

Tudo começou na Floribela. E, aí, tudo bem. Era música para crianças e dávamos um desconto, até porque a Ana Malhôa também por aí circulou, sem bem que num registo bem pior. 

A partir daí, a Lucy foi sempre a diminuir, tal como as matrioskas russas.

Início da música: Miss L.A.
Eu, como sou um bocado retardada, ao ouvir miss L.A. pensei: "Tu queres ver que a gaja acha-se tão, mas tão boa (quase como se fosse de Ermesinde), e já pensa que vai para a Califórnia? Mas, não, miss L.A. significa D. Luciana Abreu.
Segue-se a frase que será, a partir de agora, a frase em castelhano "Dé Portugal para El Mundo". Claro que para o pessoal que vive fora da Europa faz sentido esta frase e em castelhano, tendo em conta que a maioria pensa que Portugal é uma província espanhola. Faz todo o sentido, sim senhor. E não vamos defraudar assim as pessoas, expondo uma dura realidade que é: Portugal é um país independente de Espanha. Boa Luce! Nunca se desilude as pessoas estrangeiras!
Esperava que a restante da letra fosse noutra língua oficial espanhola, tipo o catalão. Mas não. Tinha de ser em inglês, porque afinal, estamos a falar do Mundial de Futebol.

E começa o terror:
"Toda a gente sonha em grande / Paixão sem controlo
O sangue fala mais alto / E acreditamos que somos um
Estamos juntos / Alimenta a tua alma
Usa controlo / Sê audacioso e continua vivo
Tenta voar / Tu consegues se quiseres / Acredita e não te escondas"


Lá está meus amigos. Se o sangue fala mais alto, e tens amor a Portugal, vamos todos juntos cometer o suicídio porque ninguém merece ter de ouvir isto. 

De seguida, mais um grito em castelhano: "Bámos latinos!". 

Segue-se um momento quase Beyoncé (que me perdoe a Santa Beyoncé por este sacrilégio), com o refrão "Pula, Pula". Aí tens mesmo ânsias de te atirar de uma ponte abaixo, tal é a vergonha que sentes em ser português.

O degredo total é o "dé berde e rojo mé pinto" (que é como quem diz, "bou-me pintar de berde e bermelho") "para cantar el nostra glória" (aqui patente um símbolo nacional: o queijo terra nostra).
Segue-se algo também em castelhano, misturado com "corações ao alto e samba no pé" (algo que a igreja católica bem podia adoptar nas missas, para motivar o pessoal).
"Portugal, Portugal, Portugal, vai mostrar coméquié"! De facto, se há coisa que os portugueses sabem fazer e bem é "comé"
Se Portugal for mostrar "coméquié", não vai sobrar viv'alma, pois se todos os portugueses (sem excepção) ouvirem esta música, vão querer perecer, que é como quem diz, esticar o pernil, patinar, bater as botas.

De seguida, Lucy chama pelo plantel  e de seguida por um tal de Mister Santos. E, de novo, um momento "all the single lady's dance" e balbucia qualquer coisa tipo "racha", que deve ser algo em russo ou o carago.

De facto, Luce não pára de nos surpreender. Quase como uma matrioska, que vai diminuindo cada vez mais. E quando pensas que ela não podia "descer mais baixo" (aquele pleonasmo de serviço), ela ainda consegue fazer uma viagem ao centro da terra pior do que Júlio Verne.

Segue-se o link do vídeo, caso considerem que a vossa vida não faz mais sentido.




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