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RH-



Li algures recentemente que, pessoas com RH-(negativo), podem eventualmente, ser de origem alienígena.

Não querendo entrar por caminhos que desconheço e, seguindo a velha máxima  da Alcina Lameiras "não negando à partida uma ciência que desconheço", gostaria de tecer algumas considerações sobre o RH - (negativo).

A sigla RH é, para mim, uma sigla que me diz muito. Isto porque me formei em Recursos Humanos (RH).

Apesar de, apenas me ter formado em RH, quis o destino, que nunca exercesse  a área em que me formei.

O acaso decidiu que eu, sendo uma pessoa tímida, deveria ser castigada e deveria trabalhar com humanos, sim, mas com os humanos externos à empresa. Não são os recursos de dentro, mas os recursos de fora da empresa. Vai daí Deus disse: "Vai Gabriela, tens de perder essa mania de não quereres socializar com ninguém." E tau, colocou-me na gestão das reclamações ou, em linguagem RH, na gestão dos conflitos. Não bastava ter de lidar com pessoas, ainda tinha que lidar com pessoas potencialmente difíceis... E para ser ainda pior, na administração pública... Estão a ver o tamanho do desafio, não é?


Talvez por ser do signo balança, símbolo da justiça, vai-se lá saber porquê... Talvez, o mercúrio estivesse retrógrado...

O que é certo é que o RH está na minha vida, como está o meu sangue.

Diz que actualmente é mais correcto chamar-se "Gestão de Habilidades" ou "Soft Skills".

Só vos digo, lidar com pessoas é tudo menos "soft". Como diriam os Faith No More "It´s a hard job, but someonde gotta do it". E é, por isso que, quem trabalha com pessoas, para pessoas, de facto, tem de ter um RH especial. 

Não existem fluxogramas que te digam como resolver um problema emocional de um colaborador ou de um cliente, de um amigo, de um filho, de pai. E é por isso, que quem lida com pessoas, sabe o que é sambar. Sambar significa ter jogo de cintura, dançar conforme a música.

Cada cliente, colaborador, amigo, é um universo. O que se aplica a um, não se aplica a outro. 

No fundo, ser RH é ser servidor. É servir. Não sentido de subserviência, de anulação ou de adulação, mas no sentido de nos colocarmos ao dispor do outro. De ouvir o que o outro tem a dizer. Colocarmos as nossas "soft skills" na ajuda do outro.

Por isso, independentemente de administrativa ou organizacionalmente não exercer RH, eu sou RH, porque eu trabalho com seres humanos. E para trabalhar para pessoas (internas ou externas) eu tenho de saber, acima de tudo, SER.

De que me adianta ser doutorada em RH, se eu não sei gerir as minhas emoções, o meu RH? Se eu não sei escutar o outro?

Todos somos RH, uns mais positivos outros negativos.

 A gestão de pessoas, não se limita, por isso, apenas ao mundo empresarial.

A gestão de pessoas encontra-se em todas as áreas da nossa vida.

Por isso somos todos RH


Gabriela









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